sábado, 28 de agosto de 2010

Incrível como a vida, em determinados e raros momentos, se torna extremamente fascinante e reveladora. Em uma simples conversa de poucas horas você pode obter fatos novos em cima de situações vividas e que você dava como certas as conclusões já alcançadas. E então eis que surge diante de você uma nova visão naquela mesma paisagem que já foi vista tantas e tantas vezes pelos seus olhos. Aquilo que se considerava segredo nunca revelado lhe é mostrado como algo que já descoberto há tempos. E aquilo que nem era nenhum segredo se torna ponto importante para se entender atitudes e palavras de outrora. Uma longa conversa numa sexta à noite tem descortinado, para mim, todo um universo paralelo ao universo que sempre vivi e que sempre me foi colocado, por mim mesmo, como um conjunto de fatos consumados e concluídos. É como andar de ônibus sentado apenas de um lado, observando uma parte da paisagem, sem saber que ao lado existe outros horizontes a serem admirados em outras janelas. E nesses dias o que tem ocorrido comigo é que estou sendo colocado do lado do ônibus que nunca havia sentado e admirando uma nova paisagem pelo mesmo caminho que já passei antes.
Como descrever a sensação ao perceber que uma frase era dita com uma intenção completamente diferente daquela que você havia imaginado? O que antes era algo meio confuso e dúbio hoje se revela simples e explicado. Os olhos arregalam, a sobrancelha se curva para cima em sinal de sutil espanto e surpresa, a boca sugere um leve sorriso de satisfação pela descoberta esclarecedora. Seu rosto sorriu diante de mim quando revelações iluminaram suas nebulosas dúvidas. Ainda está tudo meio vago e indistinto, mas já pode-se definir, pela simples geometria das explicações riscadas no papel, que um leve caminho foi traçado de início, com setas esferográficas indicando trilhas a serem desvendadas. "É muita informação a ser processada no momento", foi dito ao final da conversa. Estou sendo prolixo em explicar algumas situações inusitadas que estou vivendo no momento? Provavelmente. Mas o que escrevo aqui hoje é tão somente fruto inerente das mesmas conversas prolixas que tenho tido ultimamente. Prolixas na verbalização e extensas nas explicações, e que se torna extremamente necessário que seja assim. É como garimpar em uma mina. É preciso cavar com calma, abrir caminho cautelosamente, caso você deseje ir o mais fundo possível em busca de suas riquezas interiores e retornar à superfície são e salvo sem o perigo de ficar soterrado sob suas próprias descobertas. Tenho me sentido assim ultimamente, redescobrindo calma e cautelosamente uma riqueza antiga, que ressurgiu diante de mim questionadora e desafiadora em sua maturidade alcançada depois de muitas quedas e tropeços.
Minha vida vislumbrou, experimentou e vivenciou muitos "Tsunamis", "Explosões Solares", "Terremotos", e tenho certeza que ainda tenho muito o que viver, mas cada dia que vivemos sempre nos traz algum tipo de surpresa, algum fato inusitado que nunca foi sequer calculado, imaginado, pensado. Para mim, esse inusitado está vindo em determinadas noites, trazendo para mim a mais pura sensação de estar enxergando algo realmente novo e fascinante a partir daquilo que já vimos e conhecemos, assim como as Nuvens da Manhã Gloriosa flutuando sobre meus olhos admirados.
 
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