segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009


E eis que surge um turbilhão de novidades, em meio a essa época carnavalesca. Como eu não gosto de Carnaval, procuro ocupar meu tempo disponível com coisas que eu, particularmente, considero bem mais atrativas e interessantes. Como por exemplo o álbum novo do U2, No Line On The Horizon, que apesar de todos os esforços da banda e da gravadora, acabou vazando na internet, para alegria dos fãs. E o que dizer de um trabalho incrível que já foi proposto pela revista Rolling Stone como sendo um novo clássico do U2, recebendo 5 estrelas na crítica da publicação. E uma das melhores definições que eu considero perfeita para o trabalho mais recente do U2 partiu de uma crítica brasileira Uliana Resende, da BR Press, que o qualificou como um disco-esfinge. Decifra-me ou devoro-te. E realmente, trata-se de um disco ao mesmo tempo vigoroso, inventivo, experimental, pesado e que remete a diversas fases e sonoridades de toda a carreira do U2. Tudo indica que o disco já nasceu como um clássico, um novo divisor de águas na trajetória musical da banda. Cito três músicas que considero as mais fabulosas: No Line On The Horizon, Magnificent e Stand Up Comedy.
Outra novidade que ando escutando por esses dias é o álbum novo da banda escocesa Franz Ferdinand, intitulado Tonight Franz Ferdinand, esse também mais um trabalho que curti bastante. O curioso é que inicialmente baixei esse álbum porque havia uma música com meu nome, e eu queria ouví-la, e saber que tipo de sonoridade brotava de Ulysses, o primeiro single da banda. De acordo com a banda, eles escreveram essa música, assim como todo o restante do álbum, baseada na obra Ulysses, do escritor irlandês James Joyce. Assim como o livro, que conta a história de um dia na vida do personagem, o trabalho da banda tenta mostrar tudo o que poderia acontecer em uma noite na vida de alguém. Can't Stop Feeling e Lucid Dreams são músicas incríveis, apesar de que eu preferi a primeira versão desta última, divulgada antes do álbum ser lançado.
E ontem assisti a 81ª festa de premiação do Oscar na TNT [já que a Globo tomou uma decisão ridícula e infeliz de transmitir o Desfile das Escolas de Samba do Rio ao invés da premiação], que este ano mostrou um produção mais modesta, num formato mais diferenciado dos anos anteriores, numa apresentação até mais rápida e dinâmica, e com resultados incrivelmente globalizados. Quem Quer Ser Milionário?, uma produção dirigida por um inglês e com atores indianos acabou levando 8 das 10 premiações as quais estava indicado, inclusive o de melhor diretor e melhor filme. A foto acima é da pequena indiana Rubina Ali Qureshi, 9 anos, atriz-mirim que atuou na produção [Foto Gautam Singh/AP]. Outro filme que liderava as indicações, com um total de 13, era O Curioso Caso de Benjamim Button, que acabou levando apenas 3, melhor efeito especial, melhor maquiagem e melhor direção de arte. E Heath Ledger foi homenageado com um Oscar póstumo de melhor ator coadjuvante devido ao seu trabalho como Coringa por Batman - O Cavaleiro das Trevas. O prêmio foi recebido pelos pais e a irmã do ator. Por incrível que pareça, um filme que ainda não assisti e que tenho imensa curiosidade em ver por causa da tão comentada atuação de Ledger. Eu já assisti Batman Begins e considerei o melhor filme até então feito sobre o herói. E após assistir na íntegra a premiação do Oscar, percebo que, enquanto o nosso Brasil se rende a tantos festejos momescos, a Índia brilha ofuscante agora com sua produção oito vezes oscarizada.
Para terminar, dois fatos importantes que estou procurando desenvolver ao máximo e torço para que dê tudo certo em ambos: o primeiro é um livro que estou escrevendo chamado As Crônicas de Nevareth, baseado em um jogo MMORPG, Cabal Online, e o segundo é a proposta de uma editora de São Paulo em analisar meu livro Efeito Cacaos e ver as possibilidades reais dele ser lançado. E atualmente, isso é tudo o que mais desejo que se realize, basta eu acreditar.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009


Acredito que, atualmente, para a maioria das pessoas, está sendo uma tortura estar vivo e interagir com outros seres humanos. Eu percebo isso observando o cotidiano de muita gente que demonstra uma dificuldade enorme em superar conflitos, anular brigas e discussões desnecessárias. Elas parecem realmente estar em guerra constante, jogadas em trincheiras amaldiçoadas e imundas, lutando para sobreviver e seguir adiante, dia após dia. É lamentável, mas é uma verdade cruel. Diante dos fatos, começo a realmente me sentir um óasis vivo, isolado em minhas calmarias, imune à qualquer tipo de selvageria ou decadência sociológica que possa invadir minha vida. O mundo se tornou um inferno onde o homem cria outros tantos.
Ontem à noite, aqui perto de minha casa, um homem em uma moto foi atropelado por um ônibus. Morreu no choque, e chamou a atenção de milhares de curiosos que queriam ver seu corpo inerte, seu sangue no asfalto. ontem, o proprietário da casa onde moro resolveu discutir comigo, e eu, acostumado a usar de diplomacia e bom senso, decidi usar um dircurso defensivo e mostrar que não estou apto a certos tipos de pressões ridículas.
O mundo é esse retrato rápido de situações que acabei de pincelar. Violência, stress, revolta, caos, sangue no asfalto e no olho. E eu me sinto cada vez mais rodeado de um mundo revoltado, enquanto me defendo em meu oásis, buscando o máximo possivel ter o mínimo de problemas que puder. Até porque, por mais que tentemos, nunca estamos livres de um problema ou outro que apareça em nosso caminho.
Diante de tanto caos, abro um parênteses para demonstrar minha alegria e abençoar a maravilha tecnológica que é a internet. Depois de muitos anos, semana passada meu irmão Miro, a quem eu não via há mais de 10 anos, entrou em contato comigo. Antes havia sido minha irmã Zélia e meus sobrinhos Hemilly e Wasley que haviam conseguido me encontrar no orkut. E na semana passada foi a vez da mulher de meu irmão, Priscila, me encontrar no orkut e pedir notícias da família distante. Conversamos bastante pelo msn, os irmãos reunidos numa conferência via msn, coisa realmente inédita para essa família tão fragmentada e desconexa por tantos anos. Fiquei contente, e minha mãe mais ainda, por rever o filho distante.
Engraçado esse mundo de hoje. Sendo destruído e se revolucionando ao mesmo tempo.

E antes que eu me esqueça, a imagem que ilustra esse texto que escrevi é da contracapa do mais recente álbum do Guns N'Roses, Chinese Democracy, que eu estava ouvindo enquanto escrevia estas linhas. Para quem passou a adolescência ouvindo a voz cortante de Axl Rose em verdadeiros clássicos, nada mais adequado como trilha sonora para nossos tempos.
 
© 2013 Contaminação de Ideias. Todos os direitos reservados do autor. É proibida a cópia ou reprodução sem os direitos autoriais do autor Ulisses Goés. Powered By Blogger. Design by Main