
Maverick na calçada
Olhares luminosos perdidos nas ruas espanholas
Os cabelos soltos e molhados diante do espelho
Martelando pregos e cantando melodias japonesas
Corro esquecido na amplidão dos estacionamentos
Tudo isso não me lembra você
Quebrando as cordas de uma guitarra esquecida
Solidão ensolarada sentada na beira da piscina
Brincando com a areia e limpando o suor na testa
Sanduiche de atum numa lanchonete movimentada
Tudo isso nada me lembra, muito menos você
Não consigo aprender o que tenho que esquecer
Sinto-me fraco e impotente embaixo do chuveiro
Saudade e água fria trazem de novo à tona
minhas lembranças e minhas lágrimas
Não consigo esquecer o que a vida me fez perder
Não há sabedoria suficiente ainda dentro de mim
Existem tentativas perdidas e choros insistentes
Dormindo docemente numa tarde fria e chuvosa
As letras miúdas nas legendas das fotos
Os cartões de embarques e os vistos nos passaportes
A calçada forrada de pedras simétricas e geométricas
Sentado no banco da frente de um Maverick
Nada disso realmente me lembra você
Não consigo aprender o que tenho que esquecer
Sou teimoso e deixo o passado me afogar
Não consigo esquecer o que a vida me fez perder
Não há forças suficientes dentro de mim
que façam eu me apegar a recordações
que nunca me farão lembrar do
verdadeiro Amigo que encontrei em você.
Ulisses Góes
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