segunda-feira, 18 de julho de 2005

no meio de lugar nenhum

2 comentários:
 
Essa sensação estranha de que sempre sinto falta de algo sempre me persegue. Seja algo ou alguém, não importa. Sempre acordo todos os dias como se estivesse perdendo muito tempo e não colocando logo em prática muitos projetos que tenho em mente. Acho que realmente estou perdendo tempo. Descobri, esse final de semana, remexendo inúmeros escritos meus, vários papéis guardados e poemas escritos recentemente, que tenho mais material para outro livro já. Seria, no caso, o sucessor de À Sombra de Um Eclipse, que ainda nem lancei, mas que já tem seu sucessor quase que praticamente pronto, e até já batizado: O Frasco de Sol. Poemas escritos nos últimos dois anos, quando o sol já havia novamente amanhecido em minha vida e resolvi guardar ele com carinho num frasco, protegendo ele de todos os males deste mundo cruel, insano e pertubador. Versos corajosos, mais iluminados, mostrando um poeta mais solto, mais largado no mundo, guardando seus segredos, cultivando as amizades que tem. Falta apenas descobrir o que me falta realmente.

no meio de lugar nenhum

Tenho andado mais distante de mim
procurando estar mais perto de ti
Um olhar adormecido depois do café
Um andar morno num verão abrasador
Leitura mansa no jornal diário
uma saudade que aperta o olho
passos que parecem se perder
no meio de lugar nenhum

Spywares desbloqueados
flogs meio desatualizados
luzes acesas a noite toda
Amigos pertos, amigos distantes
um mundo sereno de janelas vazias
Solidão geometricamente sólida
criada nas paredes feito trepadeiras
canções que parecem me prender
no meio de algum lugar

Signos, sons e significados
comerciais encomendados
rimas com caldas de framboesas
os recreios de minha infância
Os quadrinhos de minhas revistas
Os pés na borda da piscina
de alguém que nunca soube nadar
O sol atravessando a cortina
Amigos pertos, amigos distantes
uma saudade que desce pelo rosto
em lágrimas que parecem flutuar
no meio de um céu azul

2 comentários:

  1. Eu estou agora mesmo conversando com voce pelo msn, e acabei de te dizer que eu adoro oque vc escreve, sem tietagem...e...reafirmo!
    Pouquissimas sao as pessoas com quem eu me identifiquei de tal forma como voce,Lil...tem vezes q eu procuro ler o que vc escreve pra saber direito como eu to me sentindo...eh...eu axo q eh isso sim
    poxa..
    te adoro muitao!

    beijos no coração de sua amiga de sempre e pra sempre,
    Stef

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  2. belos escritos, meu caro odisseu!
    para se ler ouvindo No Surprises, do Radiohead.
    E, realmente, a vida às vezes é avassaladora, e nos leva a situações que antes a gente pensava que não chegaria...
    Desculpe o meu relaxamento na postagem e nos comments. É que ando realmente "desplugado" dessa onda digital. E isso, em partes, vem me fazendo um bem danado...
    Bom, odisseu, tem como termos acesso aos manuscritos desse terceiro livro???
    Lembro que você me prometeu do segundo e até hoje nada... Mas vamos marcar de sentar e fazer a prometida conversa sobre poesia que há muito queremos ter e até hoje não conseguimos marcar!
    Um abraço e até logo...

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