sexta-feira, 15 de julho de 2005

O Francis que seria Ulisses

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A vida, realmente, é cheia de infinitas possibilidades, uma realizadas e presentes em nosso mundo, e a ampla maioria delas guardadas dentro de caixinhas imaginárias em nossas mentes, pulsando e vibrando em todos os seus possíveis potenciais. Um objetivo a ser alcançado, um sonho que ainda não se realizou, um projeto rabiscado no papel, uma rua que poderia ter tido um outro nome, um caminho que não seguimos [mas que continua lá, esperando pelos nossos passos], pessoas que poderiam hoje ter outro nome. Hoje mesmo encontrei um desses exemplos citados. O dia começou fechado, frio, nublado, e depois de cumprir algumas obrigações e compromissos, resolvi passar no shopping para tomar um cappuccino. O relógio ainda marcava 9h30min, e as lojas ainda não estavam abertas. Fui em direção ao Pão de Queijo, e encontrei os funcionários conhecidos, meus amigos esporádicos de conversas descontraídas, um ótimo acompanhamento para um quente cappuccino com pãezinhos de queijo com recheio de cheddar. Só que hoje a possibilidade pulsante e não realizada resolveu pulsar e mostrar que um dia poderia vir a ter existido. Francis, funcionário dedicado e bem educado, serviu-me o cappuccino, e então, resolveu perguntar o meu nome [acredite, já fui diversas vezes lá, mas eles ainda não sabiam meu nome]. Disse-lhe, então, que meu nome era Ulisses.
- Esse quase foi meu nome, sabia? - disse Francis, em tom revelador.
Achei a situação bem pitoresca e até surpreendente, pois nunca em minha vida, tinha conhecido alguém que seria batizado com meu nome, mas que, no último momento, os pais haviam decidido mudar o nome do filho. Francis explicou que a mãe dele já havia decidido batizá-lo como Ulisses, mas que acabou optando por Francis.
- Não tenho nada contra sua pessoa, mas não gosto do nome Ulisses. Tem uma sonoridade que não me agrada. Ele me lembra Ulisses Guimarães - revelou ele, com toda sua educação e sinceridade.
Achei engraçada a sua revelação, e disse-lhe que também não gostava muito do nome Francis. Talvez tenha dito isso apenas para rebater sua sinceridade com relação ao meu nome. Mas talvez eu até goste, pois ele me lembra o falecido jornalista Paulo Francis, polêmico, controvertido, altamente crítico e pertubador diante dos fatos do Brasil e do mundo. Afinal, descobrimos que a vida realmente é cheia de infinitas possibilidades, umas já realizadas, outras arquivadas para sempre, e outras ainda esperando sua vez de se tornarem parte de nosso mundo.

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