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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Caçador de Tempestades Alheias

Caçador de Tempestades Alheias

Eu estou em pé à beira de um penhasco. Não tenho intenção de saltar ainda, apenas estou ali, parado com um olhar atônito, presenciando aquele comboio de tornados devastando toda a vastidão da planície à minha frente. Há algum tempo, eu vinha acompanhando tempestades que escureciam os horizontes e distorciam os horizontes distantes. Eu estava ciente do perigo que corria quando decidi acompanhar tais tormentas, e fazia alguma ideia do que eu poderia enfrentar pelo caminho, pelas estradas. Foi uma escolha minha, e eu sabia os riscos que correria. Mas nada me abalou tanto naquele momento, ali no topo daquele penhasco, do que aquela visão estranha, aterrorizante. Tentava me manter em pé a muito custo, e em alguns momentos meu corpo envergava para trás vacilando em movimentos deslocados, enquanto eu continuava brigando contra ventos arredios querendo me carregar para o alto. E diante de mim, lá estavam aqueles tornados, todos eles, verdadeiros fluxos de correntes de ar rodopiando com intensidade e fúria, forças de uma natureza incontrolável, destruindo tudo o que encontrava pela frente. Casas arrancadas do chão, árvores se retorcendo agarradas às suas raízes, estradas inteiras varridas do mapa, postes sendo arremessados ao longe provocando descargas elétricas...

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