
Andaluzia, Kandahar e Corsica
Ultimamente me deparei com alguns poemas meus onde os títulos nos remetem a lugares que sabemos existir, mas aos quais nunca fomos, nunca chegamos realmente a conhecer em nossas vidas, ficando apenas a certeza de sua existência, apesar de nunca os ter vistos nem visitados. Na realidade, títulos que procuram explicar nossa própria existência, onde muitas vezes acreditamos em coisas que não vemos, não enxergamos, não temos como tocar, mas que sentimos e sabemos que nos permeia a alma, o espírito. Sim, você sabe que está amando, mas não pode tocar nesse sentimento, como se fosse na cozinha buscar um copo de leite, ou um pedaço de torta. Você sabe que ele existe, ele está ao seu redor, permeia sua pele de sensações e provocações hormonais, rodeia seu espírito como uma aura invisível de poder e força. Sim, é uma abstração que não faz parte desse mundo de corpos, massas e concretos. Escrevi três poemas onde os títulos, por si só, procuram expressar essa faceta de nossa existência. São lugares que existem, estão lá, a milhares de quilômetros de distância, e eu sei que existem, mas que nunca fui lá, nunca andei por lá. E mesmo sabendo que...
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